Março de 2006, Mahmoudiya, arredores de Bagdad. Steven Green , um cabo para-quedista norte-americano destacado num pequeno aquartelamento cuja missão era vigiar um cruzamento de duas estradas nacionais, resolveu quebrar a rotina das enfadonhas noites de calor e bebedeira com whisky iraquiano e animar o serão dos camaradas de combate com dose reforçada de adrenalina. Planeou uma noite memorável, uma festa que só o sangue árabe lhe poderia proporcionar. Green e quatro soldados amigos equiparam-se com roupa interior preta – ninja suits , como lhe chamam em combate – e bem bebidos, com os vapores do whisky marado a bater, escaparam-se à surrapa do aquartelamento, dirigindo-se a uma casa nas proximidades, uma moradia rural isolada, a escassa centena de metros do aquartelamento militar. Já sabiam quem iam encontrar. Arrombaram a porta, entraram em casa e isolaram a filha mais velha da família, a jovem Abeer Qasim Hamza, de 14 anos . Steven, sempre o mais ousado do grupo, arrastou o pai, a mã...