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A mostrar mensagens de julho, 2019

Lisboa adúltera

Bastaram-me trezentos metros a descer a rua do Alecrim e assomar cá ao fundo na rua de S. Paulo para perceber o que se está a passar na cidade. Qual gentrificação?! O que se passa é bem mais elaborado e modernista. Não é a cidade, é o mundo inteiro a transformar-se, a caminhar para um futuro que ainda não conhecemos. Por isso viajamos tanto. Somos formigas ansiosas em carreiros low cost. Anda toda a gente a viajar para qualquer destino enquanto pode, enquanto souber viajar. Eu levava a cadela pela trela porque íamos ao veterinário ali em São Paulo. O passeio é estreito e os eléctricos passam rente, não se desviam - os eléctricos nunca se desviam - numa tira acanhada de calçada estragada, romântico decay como o turista gosta, pouco funcional e ao longo do novo pulsar do negócio urbano: tascas transformadas em lounge bar, outras em snack baguette, retrosarias que passaram a cash converters e paredes agora ATM onde antes havia multibanco. A cadela confinada a meio metro de trela, e