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A mostrar mensagens de 2010

Memória

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Vasculhai os arquivos da RTP e encontrareis uma brilhante entrevista, gravada há mais de 20 anos, que nunca foi emitida e pergunto-me se algum dia o será. É um interessante casamento de imaginação e jornalismo – uma entrevista post mortem a Carlos Pinto Coelho. Eu explico. O entrevistado, Carlos Pinto Coelho, responde, para registo futuro, a algumas perguntas sobre o que foi a sua vida e percurso profissional, no uso persistente do pretérito perfeito – eu fui, eu fiz, eu estive, eu amei. Um ousado exercício que só as mentes rasgadas sabem equilibrar. O que pinta de tons trágicos este diletante desempenho expressionista é que, a partir de hoje dia 16 de Dezembro de 2010, fica fechado o ciclo de três razões que nos responsabiliza no dever de entregar à História tal pedaço de espólio. Primeira, o entrevistador, António Amaral Pais, um príncipe do jornalismo, deixou-nos há muitos anos vitimado por esse sezão mortal que fazemos questão de evocar todos os anos no primeiro de Dezembro. Segund

Salvemos o audiovisual

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Agredir um jornalista estimula o aparecimento de notícias, logo estimula o jornalismo; sentar bufos em mesas de restaurante nos hotéis, estimula o jornalismo porque gera mais notícias; publicar escutas estimula tudo e ainda mais, mas não estimula a indústria audiovisual (a minha pobre indústria... onde eu trabalho). E porquê? É sempre o som, o áudio! Seremos um país de invisuais? Vivemos às apalpadelas? Onde está a imagem, a luz, a cor, a forma, o relevo, que nos dá a relação biomórfica das coisas? Queremos ver. Queremos imagem no túnel, no balneário, na sala de embarque, no restaurante. Onde quer que o país palpite, há que montar um estaminé. Ver para crer! Noticias às apalpadelas, não! Salvem o audiovisual português. Contribuo com a reconstituição do almoço do Tivoli.

Admirável Mundo Novo

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Acabei de ler (e reler com espanto, vezes sem fim) o “Meu Jornal” pasquim de distribuição gratuita em Loures e Odivelas. Que haveria eu de encontrar? Notícias sobre as comemorações do Dia dos Reis no externato Pica-Pau da Ramada? ...Também! Mas não foi isso o que mais me impressionou. Fiquei a saber que a Google vai lançar o primeiro automóvel que não precisa de condutor... logo o condutor não precisa de ir no automóvel, logo não tem que o comprar. Este veículo funciona com um sistema revolucionário de GPS 3D que não requer programação humana, é totalmente autónomo.. logo, o dono do veiculo não precisa ir, vai o GPS e o automóvel... dispensando mais tempo para o automobilista ficar na Amazon a fazer compras online. Associado a este pacote está o novo telemóvel 3D da Nokia que acciona automaticamente telefonemas tridimencionais que reportam o estado da viagem e a performance do carro. O automobilista nem precisa de atender porque tudo é transmitido pela centralina Apple à General

A Invasão do Carlos Alberto

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Caro Ruca, Evocas magistralmente a multidimensionalidade da BCN.Apetecia-me igualmente citar a Formato C e, quiçá, a Ampex duas polegadas, bem mais primitiva e robusta, que me reporta àquela imagem do escancho de pernas de Faustinos, Cunhas e Pimentas, que à custa de balanço e poder braçal bobinavam de forma exímia, nove voltas exactas, anti-clockwise, para o mais primitivo pre-roll da humanidade. Um simples corte, um assemble artesanalmente arrancado a pedido de Peyroteos, Listopads, Cecílias e outros Pretos Pachecos, todos de boa memória. São verdadeiras pérolas da faina, esses momentos do tracking das nossas vidas. Roland Barthes, se vivesse, teria inventado uma qualquer explicação semântica para isto. Qualquer coisa como - há um pre-roll do pre-roll. Antes de continuar permite-me que saúde o aparecimento do querido engenheiro Carlos Alberto Henriques (CAH) nesta troca de correspondência – querido no sentido very nIce Cream do termo, é obvio. O mesmo Carlos Alberto que nos surpreend