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A mostrar mensagens de setembro, 2012

Fora da box

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Quem hoje entrar no edifício da consulta externa do hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa, não encontra um balcão de informações, não encontra uma zona de acolhimento a idosos, não encontra um local onde se possa obter, por aluguer ou empréstimo, uma cadeira de rodas. Não encontra sequer informação sinalética apropriada que lhe indique como chegar ao parque de estacionamento, ao hospital de dia ou à capela mortuária. Mas encontra, isso sim, uma banca da PT/Meo que lhe explicará com prontidão que fibra óptica é coisa que se está sempre a tempo de comprar. Não será um pouco "fora da box"? Se os hospitais começam a alugar espaço "público" para serviço de vendas, ainda corro o risco de acordar da anestesia, já de caneta na mão, para abrir uma conta Cristiano Ronaldo.

Leave Her to Heaven

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O que é o preço da fama? Será uma apresentadora de televisão fugir do estúdio enroscada no porta-bagagens do meu carro, para evitar o psicopata que a espreita no estacionamento e todos os dias lhe entrega cartas de amor? Será o pivô do jornal que recebe diariamente uma gravata de seda, vinda de admiradora anónima, com indicações precisas do pandã para camisas e casacos? Já tenho visto celebridades no check out do hotel, ser-lhes recusado o pagamento da despesa porque “ o privilégio da sua estadia foi inteiramente nosso!” – isso não é também um preço para a fama? Já vi aldeias paradas a aplaudir um carro que passa porque traz o emblema da SIC ou da TVI. Vi policias desculparem-se por ter mandado parar famosos da televisão, que iam apenas bem bebidos e em excesso de velocidade, “siga lá, e já agora um autografozinho para a minha filha, pode ser? ” Vi um matulão fazer uma espera ao apresentador, porque não gostou da forma derretida como a esposa, que segurava

Em casa de ferreiro...?

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shooting the MGM logo, 1924 Há na RTP bons profissionais da imagem, do som, da edição, do guião, do texto e da narrativa, da realização, da ilustração gráfica, da reportagem e do jornalismo, da produção, etc., etc. Tantos! Serão centenas, milhares? São criativos, habituados a trabalhar histórias e enredos, reais ou ficcionados, em que os protagonistas são sempre os outros – nós, o mundo. Desta vez, o coração desta família profissional, palpita incomodado com o que se passa dentro de sua casa. Há tanta coisa para contar, para perguntar, para explicar... e há sobretudo a vontade de exercer o direito inalienável de debater a verdade. Mas pouco tenho visto por aí feito com o seu trabalho o seu saber. Encontram-se uns blogs, uns posts, uns comentários de facebook, uns links, uns artigos. É pouco, para as ferramentas poderosas que esta família domina. Não falo dos meios da RTP, claro; nem dos conteúdos, nem das antenas. Não há apelos insurrectos nesta ideia. Sã