"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Dela, gosto especialmente das referências que faz a quando era bem miudinha e escrevia poesia breve! Sobre nuvens, sol e galinhas que não viam o brilho do astro rei por se terem distraído...
Quanto ao querer ou não alterar as coisas com as palavras que se escrevem... uhm... cá p'ra mim quer-se sempre ("quer-se" é estranho, não? talvez devesse escrever "deseja-se" mas... oh, quer-se também é bem!) E julgo se quer sempre porque acredito nisto, - A palavra é acção política!!
Seis meses depois da data que determinou o início oficial das emissões de televisão digital terrestre (TDT), nada está feito. A PT afirma ter aberto, aqui e alí, a “torneira” do sinal digital, mas nem uma pinga de conteúdos TDT corre nas casas dos consumidores. Portugal, sempre tão animado pelos choques de inovação tecnológica senta-se, nesta matéria, na fila de trás do comboio europeu, arriscando-se a falhar o calendário comunitário. A entidade reguladora é directamente culpada dos maus préstimos no “tratamento” do concurso público, e os comissários que nela prestam serviço deveriam, em tempo, ser chamados aos tribunais para responder pelos danos que as “suas” decisões políticas provocaram aos espectadores, aos investidores do sector audiovisual (*), aos técnicos, aos criativos e autores que vêm na Telecinco a esperança de ressurgimento do mercado adormecido e viciado (em jeito de cartel) pelos actuais players. À falta de melhor interlocutor foi o tribunal que agora veio dar razão à T...
O cenário é o consultório médico de um hospital público, teatralmente reproduzido. Em jeito de didascália, adianto que nada me move contra o serviço público de saúde; pelo contrário, admiro-o e gabo-lhe a temeridade de ir conseguindo resistir às adversidades. Regressando ao espaço cénico da minha consulta externa. Depois de substancial tempo de espera - faz parte! - sou chamado ao gabinete. Entro, “bom dia, dá-me licença?”, “faça favor de se sentar!” e aponta com a esferográfica para a cadeira em frente, levantando o olhar pouco acima dos meus joelhos. Sento-me. Acomodo-me, sabendo que vou ser recebido mais como um vulto que traz um episódio clínico, que uma criatura que merece simpatia e atenção. Conheço bem o burlesco dos minutos que se seguem. Olho demoradamente a médica à minha frente, sei que tenho tempo para me divertir, para confabular pormenores, antes que ela me dirija um primeiro olhar e atenção humanizada. Parece-me uma mulher sombria e velha. Veste-se como uma velha...
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Quanto ao querer ou não alterar as coisas com as palavras que se escrevem... uhm... cá p'ra mim quer-se sempre ("quer-se" é estranho, não? talvez devesse escrever "deseja-se" mas... oh, quer-se também é bem!) E julgo se quer sempre porque acredito nisto, - A palavra é acção política!!