"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Dela, gosto especialmente das referências que faz a quando era bem miudinha e escrevia poesia breve! Sobre nuvens, sol e galinhas que não viam o brilho do astro rei por se terem distraído...
Quanto ao querer ou não alterar as coisas com as palavras que se escrevem... uhm... cá p'ra mim quer-se sempre ("quer-se" é estranho, não? talvez devesse escrever "deseja-se" mas... oh, quer-se também é bem!) E julgo se quer sempre porque acredito nisto, - A palavra é acção política!!
Seis meses depois da data que determinou o início oficial das emissões de televisão digital terrestre (TDT), nada está feito. A PT afirma ter aberto, aqui e alí, a “torneira” do sinal digital, mas nem uma pinga de conteúdos TDT corre nas casas dos consumidores. Portugal, sempre tão animado pelos choques de inovação tecnológica senta-se, nesta matéria, na fila de trás do comboio europeu, arriscando-se a falhar o calendário comunitário. A entidade reguladora é directamente culpada dos maus préstimos no “tratamento” do concurso público, e os comissários que nela prestam serviço deveriam, em tempo, ser chamados aos tribunais para responder pelos danos que as “suas” decisões políticas provocaram aos espectadores, aos investidores do sector audiovisual (*), aos técnicos, aos criativos e autores que vêm na Telecinco a esperança de ressurgimento do mercado adormecido e viciado (em jeito de cartel) pelos actuais players. À falta de melhor interlocutor foi o tribunal que agora veio dar razão à T...
É sempre bonito ver todos os partidos contentes, satisfeitos com o resultado eleitoral. Ontem, foi a noite em que toda a gente venceu, como explicou Ricardo Araújo Pereira, na SIC. O PSD venceu porque ganhou ao PS. O PS venceu porque sobreviveu às dificuldades. O Bloco de Esquerda venceu porque ultrapassou o PCP. A CDU venceu porque o PC vence sempre. O CDS venceu porque ganhou às sondagens. Contabilize-se também a vitória de 6 milhões de portugueses (200 milhões de europeus) que votaram... as urnas ao abandono. E sairam naturalmente vencedoras as mentes hipócritas que acham que não votar é sinal de ignorância, de irresponsabilidade e apropriado a quem não tem preocupações sociais. Venceram, porque são invencíveis na presunção e no convencimento. Nenhum argumento conseguirá demovê-los. Cabeças destas são o maior estímulo ao incremento da abstenção. Haverá diferentes razões para a abstenção. Uma delas traduz um veemente voto de protesto. Protesto contra a actuação de políticos e partido...
Francisco Pinto Balsemão apresentou no dia 12 de Março (há 3 semanas) os Resultados Anuais do Grupo Impresa . São 39 slides que merecem alguma atenção. Para fora, para consumo público, Balsemão tem produzido um discurso alarmista, quase catastrofista quanto à crise e aos negócios, que visa protegê-lo e vitimizá-lo face às dificuldades da concorrência e do mercado. Mas para consumo interno, para accionistas, parceiros estratégicos e para team building dos quadros do grupo, montou no aconchego de um hotel um cenário diametralmente oposto: optimista e de sedução, fundamentado nos dados reais do exercício financeiro das suas empresas. Vejamos os números e o power point de Balsemão. Segundo a Impresa a queda anual do mercado publicitário, em televisão, foi de 2,4% . A crise nas televisões de que Balsemão tanto fala traduz-se, na SIC, em 2,4% de diminuição das receitas publicitárias. De fazer inveja a qualquer fábrica ou unidade industrial deste país – atravessar os anos de crise de forma...
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Quanto ao querer ou não alterar as coisas com as palavras que se escrevem... uhm... cá p'ra mim quer-se sempre ("quer-se" é estranho, não? talvez devesse escrever "deseja-se" mas... oh, quer-se também é bem!) E julgo se quer sempre porque acredito nisto, - A palavra é acção política!!