Vitela ali na mesa


Alguns professores (ou alguém em nome da classe) decidiram "realizar" e difundir um pequeno vídeo, um clip, que se propõe "trazer para a primeira página a questão das reformas destruidoras promovidas pelo Ministério da Educação".

Tudo estaria bem, nada justificaria este comentário, não fosse o vídeo em questão ser uma vergonhosa cópia, um descarado plágio, do pequeno filme Mankind is no Island feito com telemóvel, que ganhou o prémio de melhor curta metragem do mundo e que rapidamente obteve consagração e divulgação internacional.
O mail que embrulha o convite viral ao visionamento do vídeo dos "professores" refere ingenuamente: "já esteve no YouTube mas (estranhamente) foi bloqueado"... ora, porque terá sido, senhores realizadores/professores?
Há uma enorme diferença entre Mankind is no Island e o plágio Professores Unidos - o primeiro é genial, o segundo é medíocre.
Pela qualidade formal e pelas causas que agitam, comparar ou querer equivaler um ao outro seria a mesma coisa que confundir vitela à milanesa com vitela ali na mesa.

Os "realizadores" deste viral assumem, erradamente, que apontar a câmara para o mesmo local significa obter os mesmos resultados... que imitar o artista significa fazer arte... e, igualmente, confundem tique com estilo, presunção com qualidade.

Copiar, é um péssimo exemplo para professores.

Copiar às escondidas é ainda pior e chama-se cabular.

Exibir desavergonhadamente a cábula, nos meus tempos de aluno dava falta de castigo.

O vídeo "dos professores" não merece visionamento, sequer.
Mas o mail que o dissemina roga com clareza: "Toca a clicar... O objectivo é conseguir o maior número de visualizações possível, de forma a que o vídeo passe a ter destaque na página principal do Sapo Vídeos. Quem sabe se não conseguimos mais uma atenção nos media nacionais".
(Imagem: Aquamanil, vaso persa, 1206)

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