O Juiz Decide



Seis meses depois da data que determinou o início oficial das emissões de televisão digital terrestre (TDT), nada está feito.
A PT afirma ter aberto, aqui e alí, a “torneira” do sinal digital, mas nem uma pinga de conteúdos TDT corre nas casas dos consumidores.
Portugal, sempre tão animado pelos choques de inovação tecnológica senta-se, nesta matéria, na fila de trás do comboio europeu, arriscando-se a falhar o calendário comunitário.

A entidade reguladora é directamente culpada dos maus préstimos no “tratamento” do concurso público, e os comissários que nela prestam serviço deveriam, em tempo, ser chamados aos tribunais para responder pelos danos que as “suas” decisões políticas provocaram aos espectadores, aos investidores do sector audiovisual (*), aos técnicos, aos criativos e autores que vêm na Telecinco a esperança de ressurgimento do mercado adormecido e viciado (em jeito de cartel) pelos actuais players.

À falta de melhor interlocutor foi o tribunal que agora veio dar razão à Telecinco, aceitando a providência cautelar que relança o concurso para atribuição do alvará do quinto canal.
Por isso dei comigo, alegremente, a pensar – desde o velho (e talvez saudoso) “Juíz Decide” que não via o martelo da justiça ter influência tão activa na produção televisiva.

(*) – Os danos causados à TELECINCO pela paragem do concurso público, ascendem já a mais de 1 milhão de euros.

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